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domingo, 24 de abril de 2011

Algumas Contribuições Para o Debate Atual.



 Fonte: Prof. Ana Dubeux
 Professora Adjunta do Departamento de Educação UFRPE
Alguns elementos que eu gostaria de trazer para o debate da conjuntura atual...

1) Sobre as justaposições feitas entre economia solidaria e "empresas sociais" em outros paises:
 Nos diferentes paises onde esta justaposição aconteceu, a economia solidaria levou a pior....Apenas para citar três paises onde temos relações mais proximas com pesquisadores que avaliam essas situações, a França, a Belgica e o Canada, o que vemos é que a estratégia do capital a partir das alianças construidas com o proprio estado não deixam espaço para o projeto politico da economia solidaria e no final acaba acontecendo o rompimento no sentido de reafirmar o projeto politico. Além disso, sera que ja esquecemos das lições do passado onde os principios das lutas politicas pelo trabalho associado dos falanstérios, das comunas e até de Rochdale, foram sendo apropriados pelo chamado cooperativismo de negocios que hoje resulta na OCB no caso brasileiro e em estruturas similares nos demais paises ? Nesses paises, os companheiros acabando perdendo espaço para hoje tentar juntar os cacos e redirecionar suas lutas para o que importa que é a necessidade de um projeto politico forte que afirme a construção de uma nova sociedade.

2) Sobre o marco regulatorio do estado brasileiro:
Ha uma ilusão no cenario atual que o fato de levarmos a economia solidaria para a nova secretaria, teriamos politicas de fomento que "chegariam" aos empreendimentos. E preciso ter cuidado com este canto da sereia pois o que parece evidente é que o governo federal não tem a economia solidaria como prioridade (por exemplo, nos campos estratégicos definidos pelo governo Dilma, mesmo nas ações vinculadas ao combate à pobreza, não temos visto a economia solidaria como eixo) e que portanto não fara reformas profundas do estado para garantir inovações no campo tributario, das compras publicas e até mesmo do estatuto legal (Lei geral da economia solidaria). Ficamos 8 anos vendo os companheiros da SENAES lutando com o governo na busca pelo reconhecimento da economia solidaria e do convencimento dos demais ministérios da importância da construção de uma politica publica que garantisse as especificidades da nossa luta. Assim, não acho que muda muita coisa ir para a SEMPE para este governo...Mudaremos provavelmente os nomes de quem coordena a politica mas o pano de fundo para que a mesma aconteça é o mesmo, ou seja, um governo comprometido com o fortalecimento das estratégias "inovadoras" do capitalismo onde o unico lugar que nos é destinado (nos e pequenos empresarios neste caso) é de assumir as tarefas que o capital não quer assumir. O estado brasileiro é pautado pelo projeto do capital (e agora parece que mais do que nunca) e alias, o reconhecimento dos gestores publicos como parte integrante do FBES através da Rede de Gestores vem justamente do fato de entendermos que é preciso fazer com que os gestores militantes, que compreendem o nosso projeto politico possam nos ajudar a transformar esse quadro. Portanto, neste campo, creio que a nossa pauta é a reafirmação do projeto de lei de iniciativa popular da economia solidaria e mais do que nunca do lugar institucional especifico para a economia solidaria. Um lugar institucional forte e representativo que faça o processo de coordenação da politica publica para o todo do governo !
3) Sobre os processos formativos e de assistência técnica
Creio que ha uma demanda enorme para os processos formativos e de assistência técnica na economia solidaria. Ultimamente, tenho sido responsavel pela coordenação do Centro de Formação em Economia Solidaria do Nordeste. Tal programa, longe ainda de ter um desenho que se aproxime das reais necessidades da realidade, deu alguns passos no sentido de buscar construir uma proposta de formação e assistência técnica em economia solidaria. Em nossas formações temos nos deparado no cotidiano com concepções divergentes de economia solidaria e isso é muito salutar pois denota a nossa diversidade. Essa diversidade se reflete na forma como encaramos a produção, a comercialização, as finanças, o consumo, enfim, o que de fato se traduz em economia. Em diferentes momentos onde estas tematicas são discutidas, o mais grave, não é a diversidade de opiniões, mas o quanto da estratégia capitalista para os diferentes campos econômicos ainda corre em nossas veias. Precisamos não ter medo de reinventar o nosso cotidiano e buscar de fato fortalecer as experiências que têm dado certo nas diferentes regiões numa logica diametralmente oposta à estratégia capitalista pois busca aproximar estes campos a partir da otica do local e não do global. Assim, os processos de formação e assessoria técnica, para além de serem fundamentais neste fortalecimento, devem também se construir com esta logica. Não sei sinceramente como o SEBRAE ou a Confederação Nacional das Industrias que têm a coordenação politica do processo de constituição da SEMPE poderão nos ajudar a fazer isso.....
Assim companheiros, acho que temos que continuar nosso processo de mobilização nos estados, buscando principalmente informar e refletir sobre o momento atual, sem esmorecer....A reflexão coletiva nesses momentos nos da forças para encontrarmos respostas para as duvidas que são tantas ! Busquemos nossos aliados, mas aqueles que de fato têm aproximação com o que nos é mais caro: o nosso projeto politico !!!!
Um abraço



skype: ana.dubeux

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O Analfabeto Politico.

O Analfabeto Politico.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. Bertold Brecht

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