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domingo, 25 de setembro de 2011

"Maior Usina Térmica do Mundo", ou seja, "A Usina Mais Suja do Mundo", em Suape, Pernambuco.


 Fonte Jornal do Commercio - Pernambuco

ENERGIA
Os impactos de uma térmica suja
A bilionária Usina Termelétrica Suape III, do Grupo Bertin, vai jogar no céu pernambucano 24 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) por dia
Publicado em 15/09/2011, às 08h44
Em um único dia de funcionamento, a bilionária Usina Termelétrica Suape III, anunciada com pompa na última terça-feira pelo governo do Estado e a Star Energy, do Grupo Bertin, vai jogar no céu pernambucano 24 mil toneladas (t) de dióxido de carbono (CO2). Se funcionasse por um ano, sem parar, seriam 8 milhões de t de um dos gases causadores do efeito estufa. Ou o equivalente a um terço do que todo o setor elétrico do Brasil polui hoje. Mais que os R$ 2 bilhões em investimentos e os 500 empregos diretos que serão criados pelo empreendimento, foram esses os números que repercutiram ontem. E que suscitaram a pergunta: o povo pernambucano deve comemorar a chegada da "maior usina térmica do mundo"?
A estimativa de emissão de CO2 da Suape III foi realizada pelo professor de engenharia elétrica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Heitor Scalambrini, e pelo coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo. Os dois chegaram ao mesmo resultado. O cálculo levou em conta dados da Agência Internacional de Energia, em que para cada 0,96 metro cúbico (m³) de óleo combustível consumido, 3,34 t de carbono são lançadas na atmosfera.
"Pernambuco ganhou a usina mais suja do mundo. E todos bateram palma. Os pernambucanos estão anestesiados por três expressões: progresso, geração de empregos e melhoria de renda. Mas é possível obter tudo isso de maneira mais decente do ponto de vista ambiental", opinou Scalambrini.
"Para efeitos de comparação, a emissão de mil gramas de CO2 por kilowatt/hora (kw/h) gerado por uma térmica como essa representa 100 vezes mais que a emissão de toda a cadeia produtiva de energia eólica, incluindo desde o processo de produção das torres, que usa componentes feitos de aço, passando pelo transporte das pás por caminhões abastecidos de óleo diesel, até o funcionamento dos empreendimentos", complementou Baitelo.

O diretor do Instituto Ilumina, organização não-governamental (ONG) que atua no setor elétrico, João Paulo Aguiar, acrescentou outro ponto negativo à discussão. "A construção de empreendimentos desse perfil é fruto da escolha catastrófica de transformar energia em uma commodity. Isso tornou a energia brasileira numa das mais caras do mundo. Um contrassenso em um País que possui a dádiva da geração hidrelétrica. E para garantir a segurança no abastecimento de Suape, não são necessários investimentos em uma térmica, mas melhorias nas linhas de transmissão", resumiu.
Professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Schaeffer, trouxe a tona uma questão preocupante. "Seria impensável a construção de uma térmica de óleo combustível em São Paulo ou no Paraná. As empresas buscam justamente os Estados onde a legislação ambiental é mais frouxa".



A ideia geral defendida por acadêmicos, ambientalistas e especialistas no setor elétrico é de que termelétricas, especialmente as que usam combustíveis fósseis (derivados de petróleo), não são mais necessárias. Os maiores exemplos vêm de países desenvolvidos. Na Alemanha, o plano para os próximos dez anos é desativar as usinas nucleares e dobrar a geração de energia renovável.
O pior é que o governo federal aponta um caminho inverso ao que começa a ser percorrido por Pernambuco. O Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado este ano pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que até 2020 a participação
de usinas eólicas, térmicas de biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) vai dobrar, passando de 8% para 16%. O último leilão de energia, realizado mês passado, mostrou, inclusive, que a energia eólica é uma opção barata. O preço médio do Megawatt/hora (MW/h) foi de R$ 99,58. Muito abaixo dos R$ 146 pagos às térmicas de óleo combustível que venceram o leilão de 2008 e que agora começam a ser construídas, sendo a maior delas a polêmica Suape III.

O JC procurou, por meio de suas assessorias de imprensa, os secretários estaduais de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, e Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, para apresentarem os argumentos do governo na discussão. Nenhum deles estava disponível.

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