Caderno Especial Meio Ambiente.
Foto: Michele Souza/JC Imagem
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Maria Cristina - Rede de Mulheres |
O professor da UFRPE jacques Ribemboim destaca que o engajamento dos cidadões é fundamental. "No Brasil, sobretudo no Nordeste, não há cultura de participação popular. Mas a sociedade precisa contribuir. Cada um deve fazer sua párte." Ribemboim diz que o poder público tem papel central na mudança dessa cultura de desperdicio.
"Os governos poderiam adotar medidas que, embora parecessem impopulares, desempenhariam um papel em defesa dos recursos naturais, como a taxação sobre produtos e atividades poluidoras, como o full princing, aplicado em países como Alemanha e Holanda", questiona.
Em consonancia com o consumo consciente, a ONG Casa da Mulher do Nordeste (CMN) desenvolve a campanha "O Que Você Consome é Essencial Para Sua Vida". Voltada para o consumo consciente e solidário, a proposta é sensibilizar a população para a necessidade de serem adotadas práticas de consumo para uma vida saudável e com justiça social e ambiental.
Em dois meses de campanha, as mulheres já observam pontos positivos. Veneranda Vidal, uma das coordenadoras da Rede de Mulheres Produtoras do Recife e Região Metropolitana, ligada a CMN, e do Grupo Lírio do Vale, aponta cuidados que toma na hora da compra. "Tudo o que vou comprar, já penso na frase da campanha. Como trabalho com produtos de limpeza e cosmeticos, retiro da composição dos produtos substancias como formol. Também substituímos corantes poluantes por ervas ou corantes comestiveis, que não agridem o ambiente, sem falar que fazemos o sabão com óleo de cozinha."
A artesã Maria Cristina de Sousa, que coordena a Rede de Mulheres e faz parte doAteliê Moda Recife, destaca que esse é um trabalho de conscientização. "É um trabalho de formiguinha. É mais fácil as pessoas jogarem coisas fora do que juntarem. Mas quando entendem que aquela gordura do òleo de cozinha é que se acumula no ralo da pia e que ele polui os lençois de agua ou podem obter renda com retalho de tecido, elas começaram a se interessar."
Apelando para a valorização do orçamento domestico, Maria Cristina convenceu uma vizinha de que o dinheiro gasto em roupa para as filhas poderia ser reinvestido nelas mesmas, atendendo a outras necessidades."Mostrei que roupa não é um produto descartavel. Agora as filhas dela compram roupa umas duas vezes por ano. Com a economia, uma das meninas já pôde colocar aparelho nos dentes".
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