Por: Arnaldo Liberato.
É preocupante e lamentável que o Juíz Silvio Romero Beltrão, responsável direto pela Massa Falida da Usina Catende, queira tirar vantagem de um momento tão sofrrido e tõa grave para as pessoas e famílias da Mata sul de Pernambuco, por ocasião da grande enchente de junho passado. Esta situação não pode servir de pé de cabra para abrir janelas e portas do tesouro nacional em benefício dos usineiros do Norte e Nordeste. Muito menos para receber o dinheiro das 4.300 famílias assentadas no Assentamento Governador Miguel Arraes, que é um projeto coletivo e o maior e mais produtivo do Estado . Seria bom e necessário esclarecer primeiro, onde foram aplicados os R$ 9 milhões que sacou da 7ª Vara da Justiça Federal ano passado e porque não devolveu na safra 2009/2010 como havia divulgado. E ainda esclarecer o não pagamento dos R$ 13 milhões de cana moida dos assentados e da Coperativa Catende Hrmonia e que em decorrência disso, 982 famílias assentadas estão no SPC, por não terem recebido o dinheiro do seu produto, cana de açúca, moída na usina catende, com o qual pagariam R$ 7 milhões do Pronaf A/C de custeio, ao Banco do Brasil.
Seria bom esclarecer também, a quebra na produção e produtividade da cana dos assentados em mais de 40% para a próxima safra, por falta de tratos culturais, adubação e replantio. Como não pagaram o custeio de 2009, tornaram-se inadimplentes, depois de 8 safras consecutivas pagando Pronaf em dia. Desta forma, não puderam renovar os créditos de custeio e a administração judicial da Massa Falida de Catende apropriou-se indevidamente do dinheiro dos assentados, que são os mesmos credores históricos demitidos em 1993 e os mesmos que pediram a falência da usina com o objetivo resolver os seus problemas trabalhistas e construir vidas dignas nas terras desapropriadas da Massa Falida da Usina Catende em 2006, para fins de Reforma Agrária. Desde a desapropriação das terras que os trabalhadores pedem o fim da falência. Afinal de contas, são 15 anos de lutas, espera e sofrimento. O juíz da falência não deveria transformar os credores históricos da falência de Catende em trabalhadores devedores e pendurados no SPC.
Entendo que nenhum trabalhador de Catende quer se aproveitar da enchente para levar vantagem, pois em agosto de 2000 enfrentaram uma cheia de proporção quase igual a essa. em 2002 enfrentaram um incêndio terrível e conseguiram sobreviver e estavam se recuperando e recuperando a produção e a produtivividade agricola e industrial. Catende poderá ter vida longa e dígna, se trilhar pela autogestão e pela economia solidária.
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